Doze moradores da comunidade Solidão, em São Braz do Piauí, Piauí, estão se preparando para produção em larga escala de doces – tradição local. O grupo já vem produzindo mais de dois mil doces de diversos tipos por mês e comercializando na região.
O presidente da Associação de Moradores de Solidão, Raimundo Braga conta como está sendo a construção do espaço, a expectativa do grupo, e fala também sobre o apoio do COEP para implementar a casa de doces, prevista para inaugurar ainda em agosto.
Comunidade em Ação - Como é a Comunidade Solidão?
Solidão fica no município de São Braz do Piauí (PI) e faz parte do território do Parque Nacional Serra da Capivara. Os moradores daqui vivem, em sua maioria, da agricultura familiar. Há também os aposentados e os funcionários da Prefeitura. Também algumas familias já vivem da fabricação de doces. Nossa comunidade é habitada por umas 150 pessoas entre crianças, jovens, adultos e idosos.
Comunidade em Ação - A comunidade já produzia doces anteriormente?
Sim. A produção de doces é uma tradição aqui, juntamente com cultos evangélicos, festas juninas, rodas de São Gonçalo reizado e eventos esportivos, como futebol e outros. Sempre fizemos, principalmente, doces de batata ede mandioca.
Sim. A produção de doces é uma tradição aqui, juntamente com cultos evangélicos, festas juninas, rodas de São Gonçalo reizado e eventos esportivos, como futebol e outros. Sempre fizemos, principalmente, doces de batata ede mandioca.
Comunidade em Ação - Como a parceria com o COEP contribuiu para aumentar e/ou melhorar essa produção?
O COEP Nacional vem nos ajudando a desenvolver não só a produção de doces, mas também toda a comunidade. Também estamos nos preparando para fazermos cursos de fabricação de doces de vários tipos, como de cajú, umbú nativo e outros produtos típicos de nossa região.
Comunidade em Ação - Como é a casa de doces?
É um espaço de nove por sete metros, com três cômodos, sendo dois forrados com gesso, um deles destinado ao resfriamento dos doces em cima de balcões com azulejo (com ajuda de ventiladores) e outro que será o escritório. A outra parte é onde ficam os fogões: o fogão industrial e o fogão à lenha. Tem também um banheiro para quem vai trabalhar na fábrica e também será feito o sistema de bombeamento de água direto da cisterna calçadão [tecnologia alternativas para captação de água de chuva em regiões semiáridas ] para toda extremidade da casa.
Comunidade em Ação - Como foi construída?
Foi construída por meio de mutirões dos sócios da nossa associação e da comunidade com apoio total do COEP, que doou todos os materias da cobertura e portas. Tivemos também o apoio da Prefeitura, contribuindo para fazer o forro de gesso.
Comunidade em Ação - Já tem pessoas trabalhando na produção de doces?
Apesar de ainda não estarmos trabalhando na mini fábrica, já estamos com doze pessoas certas, trabalhando em suas residências, sendo todos sócios da associação de nossa comunidade. A ideia é trabalharmos em três grupos, em horários diferentes: manhã, tarde e noite.
Comunidade em Ação - Quais doces estão sendo produzidos?
Produzimos doces de batata, mandioca, abóbora, buriti, gergilim e doce de leite.
Comunidade em Ação - Como é o processo de produção?
Começamos a produção às 17h, colocando os tachos no forno à lenha até dar o ponto. Depois levamos para a gamela para o resfriamento e, em seguida, colocamos no banco onde ficam as formas, por uns 20 minutos, até esfriar. No dia seguinte, embalamos para a comercialização. Temos produzido uma média de dois mil doces por mês.
Comunidade em Ação - Para quais lugares vocês estão comercializando?
Nossos produtos estão sendo comercializados em toda micro região de São Raimundo Nonato, quase em todo território do Parque Nacional Serra da Capivara. Três famílias já estão vivendo da fabricação de doces.
Comunidade em Ação - Quais parcerias vocês fizeram ou estão fazendo para desenvolver o trabalho?
Em primeiro lugar, o COEP tem sido o parceiro mais forte para a construção de nosso projeto gerador de emprego e renda, e também fizemos parcerias com a Prefeitura, com o projeto P1+ 2, da Asa Brasil [Articulação no Semi-Árido Brasileiro]: através deles conseguimos uma cisterna calçadão de 50 mil litros.
Comunidade em Ação - Quais os planos para o futuro?
Nossos planos são ampliar a nossa minifábrica para fabricar e comercializar doces de muita qualidade para todo o nosso país e, se tudo der certo, também para o exterior.
Fonte: http://www.comunidadeemacao.org.br/publico/apresentarConteudo.aspx?TP=2&CODIGO=C201091019555538